Há perguntas que funcionam como espelhos.
Essa é uma delas.
Todos nós recebemos elogios em algum momento: um cliente satisfeito, um chefe reconhecendo a entrega, um amigo admirando a disciplina, ou até um parceiro elogiando a forma como lidamos com as dificuldades.
O elogio aquece, motiva e valida o esforço.
Mas ele também é um divisor de águas: pode virar padrão — ou virar acomodação.
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O Elogio Como Ponto de Partida
O elogio não é o final da estrada; é apenas uma placa que diz: “Você está no caminho certo.”
A maturidade emocional e profissional começa quando conseguimos agradecer sem estacionar.
No papel de líder e mentora, aprendi que a reação ao elogio revela mais sobre a mentalidade de alguém do que a reação à crítica.
• A crítica cutuca, e por isso costuma gerar movimento.
• O elogio embala, e é aí que muitos adormecem.
Profissionais que entendem isso veem o elogio como combustível para consistência, não como sinal de que já podem descansar.
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A Armadilha da Acomodação
Existe uma armadilha silenciosa: a mente humana adora atalhos e descanso.
Quando sente que já conquistou aprovação, tende a relaxar a atenção aos detalhes — justamente os detalhes que sustentaram a qualidade elogiada.
Já vi equipes perderem credibilidade porque, após serem reconhecidas, começaram a pular etapas do processo: “Ah, não precisa revisar hoje, a gente sempre acerta.”
Até que o erro veio — e custou caro.
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Transformar Elogio em Padrão: Uma Escolha Consciente
Transformar elogios em padrão é uma escolha.
Significa dizer para si mesmo e para a equipe:
“Se isso foi elogiado, então este será o novo mínimo que vamos manter.”
É assim que marcas sólidas nascem: toda conquista vira novo ponto de partida.
Não é perfeccionismo, é respeito pela confiança depositada em você.